Reflexão

CASTIDADE um Estilo de Vida



 castidade é um estilo de vida. É respeitar a pessoa humana como um todo, não como um objeto. É dar valor ao dom da sexualidade, e reverenciar a sacralidade e o poder vivificante do sexo no casamento. A castidade não é simplesmente questão de “eu não posso fazer isso”, ou “eu não posso fazer aquilo”. Não. Castidade é ter poder. É ter o poder da liberdade de não ser escravo da imoralidade. É ter a liberdade de viver uma vida com toda a felicidade que Deus planejou para nós.

A castidade não é para rapazes fracos ou imaturos.

A sociedade de hoje em dia geralmente vê um homem nos seus 20 anos que ainda é virgem como uma espécie de desajustado social, tímido, ou fanático religioso. Não precisamos prestar atenção nisso, porque... é simplesmente uma mentira!

Um rapaz que constantemente está satisfazendo seus impulsos sexuais com imoralidade é um sério candidato à fraqueza. É verdade que os rapazes possuem desejos sexuais, mas quando um rapaz coloca sua vida nas mãos de Deus, e deixa que Deus o ajude a controlar seus desejos desordenados e o ensina a amar com pureza de coração, então esse é um homem de honra e de coragem! (Para vocês solteiros que estão procurando por uma esposa santa... saibam que isso é extremamente atraente para uma garota!)

A castidade ajuda o cara a desenvolver seu potencial, sabendo que ele é mais do que somente seus impulsos sexuais. Ele passa a ver as mulheres não com os olhos da luxúria, mas com os olhos de Deus. Passa a ver a beleza das mulheres, e as trata com respeito e carinho de um coração puro.

A castidade não é para garotas que curtem ter baixa auto-estima ou que namoram com perdedores.

Muitas vezes parece que os rapazes usam as palavras “eu te amo” só para ter sexo, enquanto as mulheres dão sexo somente para ouvir “eu te amo”. Na maioria das vezes as garotas querem que alguém as segure nos braços e diga como é amada. Muitas acham que não valem nada se não tiverem um cara em suas vidas – seja um paquera ou um namorado. Por que essa auto-estima tão baixa que não tolera ficar nem um instante sem um cara? Isso é porque muitas vezes confundem atração física e emoção com amor. E também porque não percebem como são preciosas e amadas por Deus!

A castidade ajuda as garotas a perceberem que sua auto-estima não vem deste mundo, mas vem de dentro – de saber que é uma filha preciosa de Deus, criada para amar e ser amada. Com sua Graça, pode perceber que não precisa ficar se entregando assim só para ter uma gratificação física ou emocional. Percebe também que Deus já escolheu um esposo especialmente para ela (seja um homem de Deus no casamento, seja o próprio Cristo como religiosa), e que há a possibilidade de viver com grande alegria e plena liberdade através da pureza e do respeito a si própria e ao próprio corpo.



 O que é Castidade?

O sexo tem um sentido muito profundo; é o instrumento da expressão do amor conjugal e da procriação. Toda vez que o sexo é usado antes ou fora do casamento, de qualquer forma que seja, peca-se contra a castidade.

A castidade é uma virtude moral. É também um dom de Deus, uma graça, um fruto da obra espiritual (Cf. Gl 5,22-23). O Espírito Santo concede o dom de imitar a pureza de Cristo àquele que foi regenerado pela água do Batismo. (Cat. §2345)

“E todo aquele que nele tem esta esperança, se torna puro como ele é puro.” (1Jo 3,3) A castidade significa a integração correta da sexualidade na pessoa e, com isso, a unidade do homem em seu ser corporal…

Para se viver uma vida casta é necessário uma aprendizagem do domínio de si; ou o homem comanda suas paixões e obtém a paz, ou se deixa subjugar por elas e se torna infeliz.
(Prof. Felipe Aquino) 



A melhor maneira de permanecer em Jesus ...

Eucaristia
A melhor maneira de permanecer em Jesus é pela Eucaristia.
São impressionantes as palavras que ele disse sobre a Eucaristia naquele célebre discurso na sinagoga de Cafarnaum, que São João narrou no capítulo 6 do seu Evangelho, após ter multiplicado os pães para a multidão e ter caminhado sobre a água. Jesus foi incisivo e repetiu varias vezes.

"Eu sou o pão da vida (...) Este é o pão que desceu do céu, para que não morra todo aquele que dele comer." (Jo 6,48.50)
"Se não comerdes a carne do filho do homem, beber o seu sangue não tereis a vida em vos mesmo." (Jo 6,53)

Sem Jesus vivendo em nós, é, portanto claro, que não temos a vida em nós mesmos. No versículo 56, Jesus reafirmou:
"Aquele que comer da minha carne viverá por mim." (Jo 6,57)

"Viverá por mim" quer dizer: Eu o sustentarei na batalha da vida. Eu serei sua alegria e seu canto. Eu serei a sua força; você não lutara apenas com as fracas forças humanas.
Na comunhão, Jesus quis seu corpo se misturasse ao nosso, que o seu sangue se unisse ao nosso e que o seu espírito inundasse o nosso.

Por isso precisamos centrar nossa vida religiosa na Eucaristia. Ali está Jesus, em pessoa, corpo, sangue, alma e divindade, pronto para se dar a nós a qualquer momento que desejarmos. Ele só exige um coração puro e uma consciência tranqüila, já que ele é santo.

É preciso comungar bem; isto é, se preparar para receber "sua majestade", como dizia Santa Tereza. Ninguém é digno de receber a Jesus, mas é ele que quer vir a nós; então temos que o receber com as disposições necessárias; isto é, sem pecado mortal na alma, e com o desejo permanente de ser melhor, buscar a santidade e rejeitar o pecado.
Vale a pena recordar um pouco do que os santos disseram da Eucaristia:

São João Crisóstomo, Doutor da Igreja: 'Deu-se todo não reservado nada para si". "Não comungar seria o maior desprezo a Jesus que se sente "doente de amor" (Ct 2,4-5)

São Boaventura, Doutor da Igreja: "Ainda que friamente aproxime-se confiando na misericórdia de Deus."

São Francisco de Sales, Doutor da Igreja: "Duas espécies de pessoas devem comungar com freqüência: os perfeitos para se conservarem perfeitos e os imperfeitos para chegarem a perfeição."

São Bernardo, Doutor da Igreja: "A comunhão reprime as nossas paixões: ira e sensualidade principalmente". "Quando Jesus esta presente em nos, ao redor de nós, mintam guardas de amor os anjos."

Santo Afonso de Ligorio, Doutor da Igreja: "A comunhão diária não pode conviver com o desejo de aparecer, vaidade no vestir, prazeres da gula, comodidades, conversas frívolas e maldosas. Exige oração, mortificação, recolhimento."

Santa Catarina de Genova: "O tempo passado diante do Sacrário é o tempo mais bem empregado da minha vida."

Santa Teresinha:
“Não é para ficar numa âmbula de ouro, que Jesus desce cada dia do céu, mas para encontrar um outro céu, o da nossa alma, onde ele encontra as sua delícias”.
“Quando o demônio não pode entrar com o pecado no santuário de uma alma, quer pelo menos que ela fique vazia, sem dono e afastada da comunhão.”

S. Pio X:
“A devoção à eucaristia é a mais nobre de todas as devoções, porque tem o próprio Deus por objeto; é a mais salutar porque nos dá o próprio autor da graça; é a mais suave, pois suave é o Senhor”.
“Se os anjos pudessem sentir inveja, nos invejariam porque podemos comungar”.

Santo Agostinho:
“Não somos nós que transformamos Jesus Cristo em nós, como fazemos com os outros alimentos que tomamos, mas é Jesus Cristo que nos transforma nele.”
“Sendo Deus onipotente, não pôde dar mais; sendo sapientíssimo, não soube dar mais; e sendo riquíssimo, não teve mais o que dar.”
“ A Eucaristia é o pão de cada dia que se toma como remédio para a nossa fraqueza de cada dia.”
“Na Eucaristia Maria perpetua e estende a sua maternidade.”

Papa Pio XII:
“A fé da Igreja é esta: que um só e o mesmo é o Verbo de Deus e o Filho de Maria, que sofreu na cruz, que está presente na Eucaristia, e que reina no céu.”




 


Quantas vezes pode-se Comungar por dia?

Resposta: Segundo o Código de Direito Canônico o fiel pode Comungar duas vezes por dia se participar de duas Missas; não pode fazer a segunda Comunhão fora da Missa.

Cânon 917 - Quem já recebeu a santíssima Eucaristia pode recebê-la no mesmo dia, somente dentro da celebração eucarística em que participa, salva a prescrição do cânon 921 §2 (perigo de morte).

Nota: No mesmo dia, os fiéis podem receber a Sagrada Eucaristia só uma segunda vez. (Pontificia Comissio Codici Iuris Canonici Authentici Interpretando, Responsa ad proposita dubia, 1: AAS 76 (1984) 746).

Prof. Felipe Aquino -site cleofas
Canção nova.



Reflexão sobre a Oração




Toma gosto pela oração. Sente frequentemente a necessidade de rezar ao longo do dia.
A oração dilata o coração, até que este possa receber o dom de Deus que é Ele próprio. Pede, procura, e o teu coração crescerá ao ponto de O receber e de O guardar como teu bem.
Queremos tanto rezar bem e no entanto fracassamos. Então desanimamos e desistimos. Se queres rezar melhor, deves rezar mais. Deus aceita o fracasso, mas não quer desânimos. Ele quer que sejamos cada vez mais como crianças, cada vez mais humildes, cada vez mais cheios de gratidão na oração. Quer que nos recordemos da nossa pertença ao corpo místico de Cristo, que está em oração perpétua.
Devemos ajudar-nos uns aos outros nas nossas orações. Libertemos o espírito. Não rezemos de forma muito prolongada; que as nossas orações não se alonguem indefinidamente, mas sejam breves, repletas de amor. Rezemos por aqueles que não rezam. Recordemo-nos de que aquele que quer ser capaz de amar tem de ser capaz de rezar.


(Madre Tereza de Calcutá)



Falsos Profetas e Falsas Doutrinas

Conta a História, que certa vez um soldado disse a Napoleão Bonaparte: ´Imperador, sois o nosso deus! Só falta criar a nossa religião´. Ao que Napoleão lhe respondeu : ´Meu filho, para alguém fundar uma religião é preciso duas coisas: primeiro, morrer numa cruz; segundo, ressuscitar. A primeira eu não quero; a segunda eu não posso´.

Napoleão chegou a prender o Papa Pio VII, pelo fato do Papa não ter concordado com o divórcio do seu irmão Jerônimo.

Só Jesus pode estabelecer uma Religião e instituir uma Igreja, pois Ele é o único homem que também é Deus. Uma Pessoa divina trazendo em si duas naturezas perfeitamente harmoniosas: a humana e a divina.

Só Jesus tem autoridade para nos guiar a Deus Pai, pois só Ele ressuscitou após morrer numa cruz; essas são as provas máximas de sua divindade e do seu amor por nós.

Fico impressionado, estarrecido, boqui´aberto, ao ver um simples mortal ousar fundar uma religião e uma igreja. Parece´me até brincadeira. Com que autoridade? Com que direito? Só mesmo a soberba humana pode explicar essa insana ousadia. Só mesmo o orgulho exacerbado de um pretenso ´iluminado´ pode levá-lo a tal ousadia. No bojo dessa loucura desvairada sempre encontramos a triste realidade de um homem, na maioria das vezes problemático, eivado de iluminismo, exibicionismo, proselitismo, às vezes charlatanismo... Assim o foram os fundadores de todas as religiões e igrejas que não aquela fundada por Jesus sobre a rocha de Pedro, a qual ele chamou de ´a MINHA Igreja´ (Mt 16,16s).

Os Evangelhos narram os grandes milagres de Jesus. Assim Ele provou´nos que é Deus. Provou que é Deus e deu a maior prova de amor que alguém pode dar: deu a Sua vida!

Se a nossa vida não tem preço, quanto vale, então, a vida do ´autor da Vida´? No entanto, essa Vida, de valor infinito, Ele a deu por nós, por mim e por você. Só Ele tem o poder e a autoridade de fundar A Religião e A Igreja. O resto é falsidade, loucura de homens que ficaram cegos pela própria soberba.

É o caso de se perguntar: Será que algum desses pretensos ´iluminados´ provou que era Deus e morreu pelos seus adeptos e discípulos numa cruz? Consta que Buda ressuscitou? Consta que Maomé ressuscitou? Consta que o reverendo Moon, aceitou ser pregado numa cruz? Será que o Sr. Martinho Lutero provou a sua divindade? Será que João Calvino, João Knox, John Smith, John Weley, Joseph Smith, Charles Ruzzel, Charles Parham, etc, provaram que eram deuses? Nada consta. Será que os Srs. Edir Macedo, Confúcio, Lao Tsé, Massaharu Taniguchi, Meishu Sama, David Brandt, Helena Blavastky, etc, etc, etc, podem ser comparados com Jesus Cristo?... Que loucura ! Que soberba ! Quanta ofensa Àquele que disse:

´Eu sou a luz do mundo !´ (Jo 8,12) .

´Antes que Abraão existisse, Eu Sou ´ (Jo 8,58).

Como dói ver milhões e milhões enganados, abdicando a Luz para viver nas trevas do erro. Ele já nos tinha avisado:

´Guardai´vos dos falsos profetas. Eles vêm a vós com vestes de ovelhas, mas por dentro são lobos
ferozes´ (Mt 7,15).

Também São Paulo muito alertou a S. Timóteo, o seu bispo primeiro, sobre essa insana ousadia dos ´iluminados´:

´O Espírito diz expressamente que nos tempos vindouros, alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos sedutores e doutrinas diabólicas´ (1 Tim 4,1). 

´Porque virá tempo em que os homens já não suportarão a sã doutrina da salvação. Tendo nos ouvidos o desejo de ouvir novidades, escolherão para si, ao capricho de suas paixões, uma multidão de mestres. Afastarão os ouvidos da verdade e se atirarão às fábulas?´(2 Tim 4,2´4).

É o que vemos hoje: ´falsos profetas´, ´doutrinas diabólicas´, ´multidão de mestres´, milhares de ´fábulas´... 


Não irmão, não aceite mais cuspir no rosto do Senhor; não queira renovar a Sua flagelação, não forneça mais um espinho para a Sua coroa de dores, não ajunte mais uma martelada nos Seus cravos, não empurre ainda mais a lança contra o Seu sagrado coração. Napoleão tinha razão.

Felipe de Aquino
Fonte: Cleofas


O que é a felicidade? Cristo responde ... 

Felicidade... Todos buscamos felicidade. Mas será que a "felicidade" que buscamos é a felicidade que Cristo ensina? Acompanhe Peter Kreeft nessa fascinante palestra que transcrevi, sobre o conceito cristão de felicidade, a partir das bem-aventuranças do "sermão da montanha", a pregação mais conhecida e amada de Jesus. Você vai se surpreender como estamos longe de entender o Cristo.




Veja um trecho da palestra:

Quando ouvimos a palavra “pureza”, na bem-aventurança “Abençoados são os puros de coração”, nós imediatamente pensamos na pureza sexual. Talvez Cristo tivesse isso em mente, talvez não. Mas nossa reação nos diz algo de significativo sobre nós, qual seja, que o sexo é o novo deus de nossa sociedade, o novo absoluto. Tudo é feito, tolerado, sacrificado, justificado, santificado ou glorificado por esse deus. Um terço de nossas mães americanas mata seus próprios filhos não nascidos em sacrifício a esse deus. É óbvio que o aborto é por causa do sexo. A única razão para o aborto é ter sexo sem bebês. O aborto é uma contracepção tardia.
Olhe para a aceitação do divórcio. A família, a célula constitutiva absolutamente necessária de qualquer sociedade é destruída por esse deus. Metade dos cidadãos americanos comete suicídio por esse deus, pois o divórcio é o suicídio daquela “uma só carne” que o amor havia criado. Ninguém justificaria a mentira, a enganação, a traição, a quebra de promessas, a devastação e o prejuízo para com estranhos, mas nós justificamos, nós esperamos, nós toleramos fazer isso com a única pessoa a quem nós prometemos mais seriamente ser fiéis para sempre. Nós justificamos o divórcio! Mesmo todas as igrejas justificam o divórcio, exceto uma. Uma que não alega ter autoridade para corrigir Cristo, e ela ainda é acusada de ser autoritária.


Você não tem que aprender com os próprios erros para se tornar quem você é?
Pergunta: Você não tem que aprender com os próprios erros para se tornar quem você é? Assim, se você experimenta por si próprio, pode decidir o que é certo ou errado para você. Imagino que você já cometeu alguns erros, e no final das contas, acho que isso te fez uma pessoa mais estável. Eu sei o que é considerado “certo” ou “errado”, mas não deve haver um tempo em que a gente não se conforma, e decide fazer nós mesmos a própria cabeça em certos assuntos?

Resposta: Imagine que você foi ao Departamento de Trânsito fazer o teste para tirar sua carteira de motorista. Imagine que quando o instrutor lhe pediu certas coisas, você respondeu: “Ao invés de seguir todos os seus pequenos sinais e avisos, eu acho que preciso aprender com meus próprios erros como motorista. Porque eu deveria obedecer ao lado “certo” da rua que você quer que eu ande, se eu posso fazer minha própria cabeça?”.

Não precisa nem dizer que você vai voltar pra casa de ônibus.

Da mesma maneira que não podemos criar nossas próprias leis nas avenidas, também não podemos fazer nossos próprios sistemas particulares de valores morais. Deus criou a lei moral, e a fez para seu bem, assim como os construtores de rodovias colocam “guard-rails” para nos proteger dos penhascos e abismos. Confie no Seu plano para você, ao invés de pensar que precisa desobedecê-lo para poder encontrar sua identidade ou experimentar a verdadeira liberdade.

Como Davi disse a Deus no livro dos Salmos, “Melhor um dia nos seus átrios, do que mil em outro lugar”. Um momento vivendo na vontade de Deus é maior do que todas as experiências que você poderia ganhar vivendo anos a fio em oposição ao plano de Deus para você.

A cada minuto de cada dia você e eu temos a chance de cometer vários erros, e Deus não tira essa possibilidade de nós. Mas não devemos confiar em nossos erros para ganhar sabedoria. Por exemplo, eu poderia trair minha esposa, e aprender com isso. Eu poderia ficar viciado em cocaína, e aprender com isso. Eu poderia deixar de treinar meu cachorro, e aprender com isso. Só porque você pode aprender com algo não significa que deve fazer esse algo.

Uma pessoa sábia pode examinar as possíveis consequências de um comportamento, e usar essa informação para tomar a melhor decisão. Por exemplo, eu recebi uma carta de uma garota que era uma grande atleta de vôlei em sua escola. Ela começou a dormir com seu namorado e ficou grávida. Ela contou aos pais e eles ficaram furiosos. Sua mãe queria que ela abortasse, então ela fugiu com o namorado, eles ficaram vivendo nas ruas, dormindo em um cemitério. Ela podia tomar banho uma vez por semana, e quase não tinha comida para comer. No final das contas ela desistiu e voltou para casa de sua mãe, que a forçou a ter um aborto. Então, seu namorado a deixou e ela reconheceu que nunca o tinha amado.

Ela aprendeu muito com esses problemas? Com certeza. Mas ela queria que nunca tivesse acontecido? Ela daria um milhão de dólares para isso. Ela sabe, de primeira mão, as consequências de seus atos. Mas você pode prever as consequências de seus atos antes de fazê-los. Essa é a diferença entre sabedoria e insensatez. Uma pessoa confiável diz a duas pessoas que o forno está quente. A pessoa sábia confia na informação. A pessoa insensata termina com queimaduras nas mãos.

O pecado vai lhe oferecer uma quantidade enorme de experiências, mas evitar o pecado também. Na verdade, penso que aprendi mais em não cometer certos pecados. Aprendi que Deus é confiável, e que Ele honra quem O honra. A pessoa que sou hoje foi modelada por milhões de coisas. Mas quando eu morrer, a coisa que quero que tenha me modelado mais é a vontade de Deus. Portanto, se você deseja sabedoria, vá para Deus. Se você quer se conhecer, venha a Ele. Ele lhe conhece melhor que você mesmo.

Então confie em mim, eu sou uma pessoa estável, e não é por causa de meus pecados. É porque parei com eles, nunca voltei a eles, ou nunca os comecei. Veja, por exemplo, Madre Teresa. Para mim, ela foi estável e enxergava a vida com grande perspectiva. Isso era porque ela sabia que a vida não valia a pena ser vivida se não fosse vivida para os outros. Ela não aprendeu isso se afastando de Deus, mas voltando-se para Ele, e olhando para todas as Suas realidades na Sua luz.

Quem você é, isso é modelado por suas escolhas, e quem você se torna revela as escolhas que você tomou. Portanto, escolha com sabedoria.



O pecado traz a morte

“Sendo seus colaboradores, exortamo-vos a não receberdes em vão a graça de Deus” (2Cor 6,1). A graça de Deus é o Seu auxílio a nossa alma. O que nossa alma seria incapaz de fazer sozinha, a graça faz. Ela potencializa a nossa natureza dando a capacidade de fazer o sobrenatural.
A graça de Deus vem em socorro de nossas fraquezas. Não podemos receber a graça de Deus no vazio, deixar-se perder. Na vida espiritual o Senhor dá a graça a todos, mas nem todos a aproveitam e cooperam com ela. Se você colocar a semente numa terra fofa, e cuidar dela, vai dar um pé maravilhoso, mas Deus não irá capinar aquela horta, Deus fará o que você não pode fazer, que é fazer germinar, mas se você guardar a semente e não colocá-la na terra, Ele não poderá fazê-la crescer. Deus não ajuda o preguiçoso, não ajuda aquele que não quer trabalhar, pois Ele sabe que não estamos nos valorizando.
Não podemos deixar a graça passar em vão, pois pode ser que não tenhamos outra chance. “Quem deixa para fazer depois o que precisa fazer hoje, é porque não quer fazer nunca”. Não deixe para depois, não deixe a graça de Deus em vão.
Nós não podemos carregar o pecado na alma, sabendo que estamos em pecado. A conversão é algo para a vida inteira, teremos que trabalhar nossa conversão até o dia de nossa morte, pois Deus nos quer santos, Ele não quer menos do que isso de nós, pois Ele nos fez para a santidade. O pecado destruiu nossa santidade original, mas Deus nos quer santos, temos que entender isso com muita naturalidade, Deus nos criou para sermos santos.
“Procurai a paz com todos e a santidade, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12,14). Sem a santidade ninguém pode ver a Deus, esse ver a Deus é viver na comunhão com o Senhor. Ninguém pode entrar na comunhão com Ele sem ser santo. A maioria de nós seremos santos depois de passarmos para o purgatório. Deus, na sua bondade, na sua misericórdia, dá uma chance para que sejamos purificados na eternidade. A alma no purgatório é como se estivesse numa cadeia, ela não consegue fazer nada para sua santificação, então quem faz é a Igreja na Santa Missa.
Nós temos essa vida inteira para buscar nossa santificação, nossa conversão, nossa salvação, e a Igreja nos oferece os meios para isso. A Igreja existe para que cheguemos à santidade. Tem pecado que é não é fácil de deixarmos, na verdade vamos deixando o pecado na luta (cai, confessa e levanta), e o pecado vai enfraquecendo e Deus vai vencendo.
Duas coisas não podem acontecer na nossa vida espiritual: o desespero e o desânimo. Não podemos nos desesperar nem desanimar de lutar contra o pecado. O Catecismo da Igreja Católica chama o sacramento da confissão de sacramento de cura, cura de depressão, autopiedade, … A Palavra de Deus é intransigente com o pecado, a Palavra de Deus nos exorta, se for preciso vamos até o sangue na luta contra o pecado.
Outro auxilio é a Eucaristia, “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele”(Jo 6,56). Precisamos desse remédio todos os dias na luta contra o pecado, se não podemos ir à Missa todos os dias, pelo menos uma vez por semana precisamos ir.
Não vamos desanimar nunca, Deus se alegra quando lutamos contra o pecado.

Prof. Felipe Aquino

Não vos canseis de praticar o bem

Prof. Felipe Aquino
Diversas podem ser as expressões de religião e religiosidade: o rito, mediante o qual se dirige a Deus a adoração, louvor, ação de graças e súplica; a obediência a Deus, mediante a qual se procura viver conforme a vontade de Deus. Ou ainda o rito mágico, mediante o qual se tenta “capturar” ou apossar-se da potência divina, para sujeitá-la ao desejo e à vontade do homem.
Sem aceitar a magia, por ser considerada desrespeitosa em relação a Deus, nossa fé tem muitas e ricas expressões de vida cristã e eclesial. Não pode a fé ser apenas um “fato intelectual”; ela precisa expressar-se na vida, de muitas maneiras: nos ritos e atitudes de adoração, louvor, agradecimento, súplica e pedido de perdão, na acolhida dos dons de Deus. Não pode faltar a prática das boas obras, como expressão da obediência a Deus; nem podemos deixar de lado o exercício da ascese, para corrigir o que está errado em nossa vida, ou a prática das virtudes, como busca da perfeição evangélica, segundo “aquilo que aprendemos de Cristo”.
Na “Oração do dia”, do 15º Domingo do tempo comum, celebrado no dia 10 passado, pedimos a Deus a graça de “rejeitar o que não convém ao cristão e abraçar tudo o que é digno desse nome”. Essa bela prece indica a dupla dimensão do viver cristão: a superação dos vícios e de tudo aquilo que contradiz a dignidade de filhos de Deus, recebida no Batismo e, por outro lado, o esforço para o viver coerente com a condição nova de cristãos.
São João diz que é preciso “viver como filhos da luz”; e São Paulo recorda, de diversas maneiras, que é preciso abandonar aquilo que é do “homem velho”, para viver como “homens novos”; ou ainda, que devemos viver segundo o Espírito, abandonando as obras da carne”; e que a perfeição do novo modo de viver cristão é a caridade, na qual se expressa a perfeição da vida cristã.
O mesmo São Paulo, na Carta aos Gálatas, enfrenta vários problemas vividos naquela comunidade e os exorta a viverem com coerência a vida cristã. É uma carta franca e vigorosa, marcada pelo zelo do apóstolo, que não quer ver os fiéis desviarem-se do caminho de Cristo. Já perto da conclusão da carta, Paulo convida a “carregar os fardos uns dos outros, para cumprir a lei de Cristo” (cf 6,2); por certo, ele recorda que Jesus carregou na cruz, por amor a nós, nossos pesos… E convida, como a resumir todo o esforço da vida cristã: “não esmoreçamos na prática do bem, pois no devido tempo colheremos os frutos, se não desanimarmos”.
Dom Julio Akamine, novo bispo auxiliar de São Paulo ordenado no sábado, dia 9 de julho, escolheu este expressivo lema episcopal: “bonum facientes infatigabiles” – “sede incansáveis na prática do bem” (Gl 6,9). Em outra passagem, Paulo repete mais uma vez: “não vos canseis de fazer o bem” (2Ts 3,13). O cristão deve ser operoso e incansável na prática do bem, sem nunca ceder à tentação do desânimo. O papa Bento 16, há alguns dias, recordou também outra exortação de São Paulo: “detestai o mal e apegai-vos ao bem” (Rm 12,9). Nada de compactuar com o mal. O próprio Jesus nos ensinou a pedir, no Pai Nosso, que Deus nos livre do mal. O cristão não deve aliar-se jamais ao mal, nem ser agente do mal. Seria trágico!
A Palavra de Deus desse mesmo domingo ainda nos ensinou que Deus espera de nós os frutos da sua Palavra, que veio ao mundo e foi dada a conhecer aos homens, como semeadura abundante: “saiu o semeador a semear” (cf Mt 13). A semente é boa e capaz de produzir; mas o terreno, que somos nós, pode ser duro, cheio de pedras, de pouca profundidade, tomado de espinhos e mato; e pode ser bom, bem preparado e acolhedor para a semente. Somente esse último terreno produz frutos.
No entanto, Deus semeia, esperando que todos os terrenos produzam fruto, como nos recorda o profeta Isaías: “como a chuva e a neve descem do céu e para lá não voltam, sem antes ter irrigado a terra, feito germinar a semente e produzir o fruto, assim a palavra que sai de minha boca não voltará vazia para mim, sem ter produzido os efeitos que pretendi, ao enviá-la” (cf Is 55, 10-11).
O viver cristão não é um crer estéril, sem frutos, mas um crer operoso e frutífero. Não bastam boas palavras e intenções que, porém, nunca se traduzem em comportamentos coerentes, em obediência a Deus e vida digna, conforme a altíssima vocação cristã: ser filhos do Pai celeste! Portanto, irmãos, não nos cansemos de praticar o bem!

A Verdade e a Caridade

Prof. Felipe Aquino
A verdade é a caridade são duas virtudes fundamentais para a nossa salvação. Uma não pode ser vivida sem a outra, desprezando a outra, pois uma perde o seu valor se não observar a outra.  Sem verdade não há verdadeira caridade e não pode haver salvação.
São Paulo disse que “a caridade é o vínculo da perfeição” (Col 3, 14); “A ciência incha mas a caridade edifica” (1Cor 8,1); “A caridade não pratica o mal contra o próximo. Portanto, a caridade é o pleno cumprimento da lei” (Rom 13, 10); “Tudo o que fazeis, fazei-o na caridade” (1 Cor 16, 14); “Mas, pela prática sincera da caridade, cresçamos em todos os sentidos, naquele que é a cabeça, Cristo.” (Ef 4, 15)
São Paulo mostra a excelência da caridade: “Mesmo que eu tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência; mesmo que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, não sou nada.” (1 Cor 13, 2).
Se “Deus é amor”, como disse São João, da mesma foram Ele é a Verdade. “Eu sou a Verdade” (Jo 14,6). O   Antigo Testamento atesta: Deus é fonte de toda verdade (Pr 8,7; 2Rs 7,28). Sua Palavra é verdade. Deus é “veraz” (Rm 3,4). Em Jesus Cristo, a verdade de Deus se manifestou plenamente. “Cheio de graça e verdade” (Jo 1,14), Ele é a “luz do mundo” (Jo 8,12). “Para que aquele que crê em mim não permaneça nas trevas” (Jo 12,46).
São Paulo disse a S. Timóteo que “Deus quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade” (1Tm 2,4). Deus quer a salvação de todos pelo conhecimento da verdade. O nosso Catecismo afirma com todas as letras: “A salvação está na verdade. Os que obedecem  à moção do Espírito de verdade já estão no caminho da salvação; mas a Igreja, a quem esta verdade foi confiada, deve ir ao encontro do seu anseio levando-lhes a mesma verdade.” (§851)
“A Igreja é a coluna e o fundamento da verdade” (1Tm 3,15); Paulo deixa claro para Timóteo. Sem a Igreja o edifício da verdade não para de pé. Por isso recomenda ao seu precioso bispo que  guarde com zelo o bom “depósito da fé”  (fidei depositum). “Guarda o precioso depósito, pela virtude do Espírito Santo que habita em nós.” (II Timóteo 1,14).
O mesmo recomenda ao bispo S. Tito: “… firmemente apegado à doutrina da fé tal como foi ensinada, para poder exortar segundo a sã doutrina e rebater os que a contradizem.” (Tito 1,9) .“O teu ensinamento, porém, seja conforme à sã doutrina.” (Tito 2,1). “… e mostra-te em tudo modelo de bom comportamento: pela integridade na doutrina, gravidade” (Tito 2,7).
Sem esta “sã doutrina” não existe salvação. Quando Jesus terminou o discurso… “a multidão ficou impressionada com a sua doutrina” (Mt 7,28). E ele recomendava: “Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas”. (Mt 11,29)
Os discípulos viviam segundo esta verdade de Deus. “Perseveravam eles na doutrina dos apóstolos, na reunião em comum, na fração do pão e nas orações”. (At 2, 42)
Jesus mostrou toda a força da verdade. “Mas aquele que pratica a verdade, vem para a luz. Torna-se assim claro que as suas obras são feitas em Deus.” (Jo 3, 21)
“Mas vem a hora, e já chegou, em que os verdadeiros adoradores hão de adorar o Pai em espírito e verdade, e são esses adoradores que o Pai deseja. Deus é espírito, e os seus adoradores devem adorá-lo em espírito e verdade (Jo 4, 23-24). Por isso a Igreja ensina a “lex credendi, lex orandi” (como se crê se reza). “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo 8,23).
Jesus mostrou o perigo de se desviar da verdade, porque a mentira vem do Mal: “Vós tendes como pai o demônio e quereis fazer os desejos de vosso pai. Ele era homicida desde o princípio e não permaneceu na verdade, porque a verdade não está nele. Quando diz a mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira.” (Jo 8,44)
Muitos não quiseram ouvir a verdade de Jesus,como hoje: “Mas eu, porque vos digo a verdade, não me credes. Quem de vós me acusará de pecado? Se vos falo a verdade, por que me não credes? (Jo 8,46)
Jesus mostrou aos discípulos na última Ceia, que o Espírito Santo é a fonte da Verdade; e é Ele que conduzirá a Igreja `a “plenitude da verdade” em relação à doutrina.“É o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece, mas vós o conhecereis, porque permanecerá convosco e estará em vós.’ (Jo 14, 17)
“Quando vier o Paráclito, que vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da Verdade, que procede do Pai, ele dará testemunho de mim” (Jo 15, 26). “Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á toda a verdade” (Jo 16, 13).
A verdade de Jesus santifica: “Santifica-os pela verdade. A tua palavra é a verdade” (Jo 17,17). “Santifico-me por eles para que também eles sejam santificados pela verdade” (Jo 17,19). Por tudo isso, Jesus veio ao mundo para dar testemunho da verdade: “Perguntou-lhe então Pilatos: És, portanto, rei? Respondeu Jesus: Sim, eu sou rei. É para dar testemunho da verdade que nasci e vim ao mundo. Todo o que é da verdade ouve a minha voz” (Jo 18,37).
Muitos querem apenas o “Deus que é Amor”, mas se esquecem do Deus que é também a Verdade. Esta é uma “porta estreita ” que muitos não querem entrar, mas é a “porta da vida”. (Mt 7,13). A Igreja é muitas vezes criticada exatamente porque não abre mão da verdade. Não aceita fazer a caridade sem observar a verdade. Paulo VI disse que o mal do mundo é “propor soluções fáceis para problemas difíceis”. São soluções que não resistem a uma análise ética e moral porque não respeitam a verdade revelada.
Santo Agostinho recomendava com sua sabedoria e santidade: “Não se imponha a verdade sem caridade, mas não se sacrifique a verdade em nome da caridade”.
A verdade norteia o bom uso da caridade, para que ela não se desvirtue. Não se pode “fazer o bem através de um fim mal”, ensinava S. Tomas de Aquino. Não se pode, por exemplo, usar o narcotráfico para arrecadar fundos para a caridade. Não se pode usar uma “camisinha” para evitar a AIDS ou fazer contracepção, porque o meio é mau. Não se pode promover a justiça através da luta de classes, do desrespeito às leis.  Os fins não justificam os meios. E isto acontece quando a caridade é vivida sem observar a verdade.
Sem a verdade a caridade é falsa, e não pode haver salvação.

Prof. Felipe Aquino – www.cleofas.com.br

A EXALTAÇÃO DA SANTA CRUZ

A 14 de setembro, a Igreja celebra a Festa da Exaltação da Santa Cruz. Essa festa vem dos primórdios da cristandade, porque a morte do Senhor sobre a Cruz é o ponto culminante da Redenção da humanidade. A glorificação de Cristo e a nossa salvação passam pelo suplício da Cruz. Cristo, encarnado na Sua realidade concreta humano-divina, se submete voluntariamente à humilde condição de escravo (a cruz era o tormento reservado para os escravos) e o suplício infame transformou-se em glória perene.)
Os apóstolos resumiam sua pregação no Cristo crucificado e ressuscitado dos mortos, de quem provêm a justificação e a salvação de cada um. São Paulo dizia que Cristo cancelou “o documento escrito contra nós, cujas prescrições nos condenavam. Aboliu-o definitivamente, ao encravá-lo na Cruz” (Cl 2,14). É por isso que cantamos na celebração da adoração da santa Cruz na Sexta-Feira Santa: “Eis o lenho da cruz, do qual pendeu a salvação do mundo: Vinde! Adoremos!”
O caminho da cruz, da humilhação e da obediência, foi o que Deus escolheu para nos salvar. Por isso, amamos e exaltamos a santa Cruz. Santo Antônio, Doutor do Evangelho e “martelo dos hereges”, dizia: “Porque Adão no paraíso não quis servir ao Senhor (cf. Jr 2,20), por isso o Senhor assumiu a forma de servo (cf. Fl 2,7) para servir ao servo, a fim de que o servo já não se envergonhasse de servir ao Senhor.”
Poucos, como esse santo, conheceram o profundo mistério da encarnação do Verbo e Sua obediência até a morte de cruz para nos salvar. São Paulo resumiu tudo, dizendo aos filipenses que “sendo ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens. E, sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até à morte, e morte de cruz. Por isso Deus o exaltou soberanamente” (Fl 2,6-9). Se o Senhor passou por esse caminho de obediência, humilhação e crucificação, será que para nós, cristãos (imitadores de Cristo!), haverá outro caminho de salvação? Resposta: Não.
Somente pela cruz, que significa morte ao próprio Eu, à própria vontade, para acatar com fé, alegria e ação de graças a vontade de Deus, poderemos nos salvar. E é o próprio Senhor quem nos diz isso muito claramente: “Se alguém quer vir após mim, renegue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz, e siga-me” (Lc 9,23) e “se o grão de trigo, caído na terra, não morrer, fica só; se morrer, produz muito fruto” (Jo 12,24b). Cada um tem a sua cruz.
Por que essa necessidade de tomar a cruz a cada dia? Por que é preciso morrer para dar fruto? A resposta é que o homem velho, corrompido pela concupiscência, só pode ser despojado de si mesmo pela cruz, a fim de que, como disse São Paulo, seja “revestido do homem novo, criado à imagem de Deus em justiça e santidade verdadeira” (Ef 4,22-24).
É pela nossa cruz de cada dia que cada um carrega, que Deus nos santifica (cf. Hb 12,10), fazendo-nos morrer para todas as más inclinações do nosso espírito. É pela cruz que chegaremos à glorificação, como o Senhor Jesus. É por isso que exaltamos a santa Cruz. E é por essa cruz de cada dia (doenças, aborrecimentos, penúrias, humilhações, cansaços, injustiças, incompreensões, etc.) que temos a graça e a honra de poder “completar em nossa carne o que falta à paixão do Senhor no seu Corpo, a Igreja”(cf. Cl 1,24).
É preciso lutar contra a repugnância que temos da cruz. São João da Cruz dizia que o que mais nos faz sofrer é o medo que temos da cruz. E Santa Teresa dizia que, quando a abraçamos nossa cruz com coragem e vontade, ela se torna leve. Enfim, precisamos levar a cruz e não arrastá-la…
A maior lição que aprendi com os santos foi esta: não há maior glória que possamos dar a Deus do que sofrer com fé, paz e esperança, dando graças a Ele por ter-nos achado dignos de sofrer por Seu amor. “A alegria dos moradores do céu, dizia Santa Teresinha do Menino Jesus, consiste em sofrer e amar por amor a Deus”. Mas para isso precisamos da graça de Deus, pois nossa natureza tem horror à cruz. Entretanto, o que é impossível à natureza é possível à graça, disse Santo Agostinho. Fiquemos em paz porque  Deus é fiel; e não nos dará cruzes mais pesadas do que as nossas forças; e cada uma delas será para o nosso bem, por mais incrível que possa parecer. Enfim, “tudo concorre para os que amam a Deus” (Rm 8,29); por isso devemos glorificá-lo sempre, especialmente nas horas amargas. Exaltemos a santa Cruz!
Prof. Felipe Aquino – www.cleofas.com.br


SER HUMILDE

Prof. Felipe Aquino

Para se fazer a vontade de Deus é preciso antes de tudo ser humilde, “pobre de espírito” (anawin) como pediu Jesus. A Igreja, sempre iluminada e assistida pelo Espírito Santo, em sua experiência bi-milenar, nos ensina que os piores pecados são aqueles que ela chama de “capitais”. Capital vem do latim “caput”, que quer dizer cabeça. São pecados “cabeças”, isto é, que geram muitos outros.

Assim como, por exemplo, a capital de um estado ou de um país, é de onde procedem as ordens, decisões e comandos, assim também, desses pecados “cabeças”, nascem muitos outros. Por isso eles sempre mereceram, por parte da Igreja, uma atenção especial. São sete: soberba, ganância, luxúria, gula, ira, inveja e preguiça.

Houve um santo que disse que, se a cada ano vencêssemos um desses sete pecados, ao fim de sete anos, seríamos santos. Portanto, vale a pena refletir sobre eles, a fim de rejeitá-los, com o auxílio da graça de Deus e de nossa vontade. O primeiro, e sem dúvida o pior de todos, é a soberba. É o pior porque foi exatamente o que levou os anjos maus  a se rebelarem contra Deus, e levou Adão e Eva à desobediência mortal.

A soberba consiste na pessoa sentir-se como se fosse a geradora dos seus próprios bens materiais e espirituais.
Acha-se cheia de si mesma, pensa, melancolicamente, que é a própria autora daquilo que tem ou que faz de bom, e se esquece de que tudo vem de Deus e é dom do alto, como disse São Tiago:
“Toda dádiva boa e todo dom perfeito vêm de cima: descem do Pai  das luzes” (Tg 1,17).

O soberbo se esquece que é uma simples criatura, que saiu do nada pelo amor e chamado de Deus, e que, portanto, Dele depende em tudo. Como disse Santa Catarina de Sena, ele “rouba a glória de Deus”, pois quer para si as homenagens e os aplausos que pertencem só a Deus, já que Ele é o autor de toda graça.

A soberba é o oposto da humildade. Essa palavra vem de “humus”, daquilo que se acha na terra, pó. O humilde, é aquele que reconhece o seu “nada”, a sua contingência, embora seja a mais  bela obra de Deus sobre a terra, a sua glória, como dizia santo Irineu.

Foi a soberba que perdeu a humanidade, foi a humildade que a salvou. São Leão Magno, Papa e doutor da Igreja, garante que: “Toda a vitória do Salvador dominando o demônio e o mundo, foi iniciada na humildade e consumada na humildade!”

Adão e Eva sendo criaturas quiseram “ser como deuses” (Gn 3,5), Jesus, sendo Deus, fez-se como a criatura. Da manjedoura à cruz do Calvário, toda a vida de Jesus foi vivida na humildade e na humilhação. São Paulo resume isso na carta aos filipenses: “Sendo Ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens. E, sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz” (Fil 2,6-8).

Pela humildade e pela humilhação Jesus se tornou o “novo Adão” que salvou o mundo (Rm 5,12s). Maria, a mãe do Senhor, tornou-se a “nova Eva”, ensina a Igreja, porque na sua humildade destruiu os laços da soberba da primeira virgem. Ela disse: “Ele olhou para a humildade de sua serva”.(Lc 1,39)

Muitos cristãos são cheios de boas virtudes, mas infelizmente tornam-se “inchados”, pensando infantilmente que essas boas virtudes são méritos próprios e não graças de Deus, para serviço dos outros. Deus disse a Santa Catarina que: “o pecador, qual ladrão, rouba-Me a honra, para atribuí-la a si mesmo”.

São Paulo pergunta aos corintios:
“O que há de superior em ti? Que possuis que não tenhas recebido? E, se o recebeste, porque te glorias, como se o não tivesses recebido?” (1 Cor 4,7).
Como ninguém, o Apóstolo sentia em si as misérias humanas, convivendo com as riquezas da graça de Deus. Ele disse aos corintios: “Temos este tesouro em vasos de barro, para que transpareça claramente que este poder extraordinário provem de Deus e não de nós” (2 Cor 4,7).
É de Santo Agostinho a expressão: “Eis a grande ciência do cristão: conhecer que nada é e nada pode”.

Ser humilde é ser santo, é viver o oposto de tudo isso: é saber descer do pedestal, é não se auto-adorar, é preferir fazer a vontade dos outros do que a própria, é ser silencioso, discreto, escondido, é fugir das pompas e dos aplausos.

São João Batista foi modelo dessa humildade e nos ensinou a sua essência. Ao falar de Jesus, ele disse: “Importa que Ele cresça e que eu diminua!” (Jo 3,30).

Isto diz tudo. Quando Jesus iniciou a sua vida pública, João o apresentou para o povo: “eis o Cordeiro de Deus”, e desapareceu, até ser martirizado no cárcere de Herodes. Que lição de humildade!  Também Nossa Senhora, sendo, “a Mãe do Senhor” (Lc 2,43), fez-se “a escrava do Senhor” (Lc 1,38).

ACEITAR-SE PARA SER FELIZ

Cada um de nós é um ser em construção; todos temos defeitos e qualidades, e os nossos limites não podem fazer com que deixemos de nos amar e valorizar. É uma grande sabedoria saber aceitar-se a si mesmo; quem não se aceita é porque carrega um refinado e escondido orgulho; e isto não deixa você ver o seu valor. Todos nós nascermos com a capacidade de vencer e de ser feliz.  Quem não se aceita acaba se tornando rancoroso contra si mesmo, contra os outros, contra a vida e até contra Deus… e isto o leva à revolta, à  auto-piedade e à depressão.
Pare de sonhar, pegue o material que você tem e comece a construir a sua casa, do jeito que for possível. É melhor você morar num casebre do que ficar ao relento sonhando com um castelo. Ninguém é perfeito; por isso, todos precisam se aceitar.  Não estou dizendo para você negar os seus limites; isto seria perigoso, pois não os elimina. Olhe-os com coragem, de frente, sem exagerá-los nem diminuí-los, e mude o que for possível. O que não pode ser mudado, aceite e ofereça a Deus. Você não é menos amado por Ele por causa dos seus limites. A partir desta aceitação, toda a sua pobreza pode começar a se transformar em imensa riqueza. Comece agora a ver as suas qualidades; você as tem. Ser humilde é reconhecer a verdade sobre si mesmo.
Aceite-se também diante dos outros; não se sinta pequeno ou invejoso porque o seu colega tira notas melhores do que você, ou porque ele se destaca e você não. Não deixe a inveja aninhar-se no seu coração; lance-a fora, é um veneno. Seja o que você é diante dos outros; não finja ser outra pessoa, e não fique paralisado diante dele por um complexo de inferioridade.   A melhor maneira de impressionar alguém é ser autêntico e espontâneo diante dele. A personalidade é para o homem o que o perfume é para a flor, o que a luz e calor são para  o sol. Uma engrenagem pequena não é menos importante do que uma engrenagem grande num jogo de engrenagens. Um tijolinho que falte em uma construção deixa um buraco na casa. Cada um é importante neste mundo de Deus.
Não fique imitando a vida dos outros; você é rico porque é único no universo; não esqueça isso. O Pai lhe deu uma vida sob medida, e única, irrepetível; viva-a, desenvolva-a.    Se você se aceitar, os outros te aceitarão também. Não queira parecer o que você não é. Não tenha medo ou vergonha de ser você mesmo; e seja honesto em dizer: “eu não entendi isto”, “eu não sei fazer aquilo”, etc… e você ajudará os outros.  Saiba de uma coisa: os homens têm necessidade de ver pessoas que reconhecem os seus limites, para que tenham coragem de reconhecer também os seus. É nobre saber dizer: “eu não compreendo isto…”, “por favor, me ensine isto!” Enfim, os outros precisam de você como você é, como Deus o fez. Você é um exemplar único na História da Humanidade.  Todos nós somos limitados, mas isto nos ajuda a aprender a precisar uns dos outros. Assim aprendemos a amar, pois damos o que temos e receberemos o que nos falta, e todos crescemos juntos. Não é bonito isto? Chegar à perfeição é chegar a ser plenamente aquilo que Deus quer que você seja, e não os outros. Deus deu uma vida para cada um, para que cada um cultive a sua e respeite a do outro.
Cada um de nós é riquíssimo no seu ser. Como, então, você pode ficar reclamando das qualidades que você não tem? Antes de lamentar e lamuriar o que você não tem, agradeça o que você tem, e tudo o que recebeu gratuitamente Dele. Olhe primeiro para as suas mãos perfeitas… e diga muito obrigado Senhor! Pense nos teus olhos que enxergam longe, teus ouvidos que ouvem o cantar dos pássaros, e diga obrigado Senhor!
Olhe para a beleza e vigor da sua juventude, e agradeça ao bom Pai, de quem procede toda dádiva boa. A pior qualidade de um filho é a ingratidão diante do pai. Você recebeu uma grande herança: sua inteligência, sua memória, consciência, liberdade, capacidade de amar, de cantar de sorrir e de chorar, e muitos outros talentos que Deus espera que você faça crescer para o seu bem e o dos outros.
Mas a primeira coisa para que você possa multiplicar esses talentos, é aceitar-se como você é, física e espiritualmente. Não fique apenas olhando para os seus problemas, numa introspecção mórbida, porque senão você acabará não vendo as suas qualidades; e isto te tornará vitima de seus sentimentos. São Paulo disse que somos como que “vasos de barro”, mas que trazemos um tesouro de Deus escondido aí dentro (cf. 1Cor4, 7).
Eu não estou dizendo que você deve se esconder dos seus problemas, ou fazer de conta que eles não existem, não é isto. Reconheça-os e aceite-os; e, com  fé em Deus, e confiança em você, lute para superá-los, sem  ficar derrotado e lamuriando a própria sorte. Saiba que é exatamente quando vencemos os nossos problemas e quando superamos os nossos limites, que crescemos como pessoas humanas. Não tenha medo dos problemas, eles existem para serem resolvidos. Todo problema tem solução, quando um deles não tem solução, então, deixa de ser problema. É na crise e na luta que o homem cresce. É só no fogo que o aço ganha têmpera.
Por isso, é importante eliminar as suas atitudes negativas. Deus quer que você seja um aliado dele, um cooperador Seu, na obra da construção do mundo. Ele não nos entregou o mundo acabado, exatamente para poder nos dar a honra e a alegria de sermos seus colaboradores nesta bela obra. É um ato de maturidade ter a humildade de reconhecer os seus limites e aceitá-los; isto não é ser menor ou menos importante; é ser real. Aceite suas limitações, seus problemas, seu físico, sua família, sua cor, sua casa, também seus pais e seus irmãos, por mais difíceis que sejam… e comece a trabalhar com fé e paciência, para melhorar o que for possível.Como dizia São Francisco, “sou, o que sou diante de Deus.”
Certa vez iam por uma estrada um velho, um menino e um burro. O velho puxava o burro e o menino estava sobre o animal. Ao passarem por uma cidade, ouviram alguém dizer: “Que menino sem coração, deixa o velho ir a pé. Devia ir puxando o burro e colocar o velho sobre este!” Imediatamente o menino desceu do burro e colocou o velho lá em cima, e continuaram a viagem. Ao passar por outro lugar, escutaram alguém dizer: “Que velho folgado, deixa o menino ir a pé, e vai sobre o burro!”  Então, eles pararam e começaram a pensar no que fazer: O velho disse ao menino: Só nos resta uma alternativa: irmos a pé carregando o burro nos nossos braços!…” Moral da estória: é impossível agradar a todos!   Se eu não me aceitar como sou, jamais saberei amar os outros como eles são; estarei sempre desejando conviver com pessoas sem defeitos; e isto não existe. Saiba reconhecer e aceitar os erros; um erro reconhecido com simplicidade é uma vitória ganha.
Prof. Felipe Aquino

Família, Fonte de Santidade

Prof. Felipe Aquino

Deus nos criou para vivermos em família, como Ele mesmo é uma Família, Três Pessoas distintas em uma única natureza. Quando o Catecismo fala da família, começa dizendo que: Jesus, ao vir ao mundo, não precisava necessariamente viver em uma família, mas Ele assim o quis, para deixar-nos o seu exemplo e ensinamento sobre a nobreza e santidade da família. Quis ter uma mãe e um pai (adotivo), e foi obediente e submisso a eles (cf Lc 2,51). Jesus não precisava ter um pai terreno, já que o Seu Pai é o próprio Deus. Mas Ele quis ter um pai adotivo, legal, como chamavam os judeus. Quando José quis abandonar Maria, em silêncio, para não difamá-la, Deus mandou o Anjo dizer-lhe: “José, filho de Davi, não temas receber Maria por esposa, pois, o que nela foi concebido veio do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho a quem tu porás o nome de Jesus”  (Mt 1,20-21). É como se Deus dissesse a José: eu preciso de você, eu quero você para ser o pai diligente da sagrada Família. Os pais geram os filhos, mais aqui é o Filho quem escolhe o seu pai.
A Família de Nazaré nos dá uma lição de vida familiar. Como disse Paulo VI: “Que Nazaré nos ensine o que é família, sua comunhão de amor, sua beleza austera e simples, seu cárater sagrado e inviolável…  Uma lição de trabalho…” (05/01/64). A família é uma escola de virtude e de santidade para todos. Vivendo na família de Nazaré, Jesus nos ensinou a importância da submissão e obediência dos filhos aos pais. Ele, mesmo sendo Deus, se fez obediente àqueles que Ele mesmo criou e escolheu para seus pais. Cumpriu em tudo o quarto mandamento que manda “honrar” os pais. Mais do que ninguém obedeceu à Palavra de Deus que diz:
“Quem honra sua mãe é semelhante àquele que acumula um tesouro”. “Quem teme o Senhor honra pai e mãe” (Eclo 3).
É porque a família é hoje tão ofendida pelas pragas da imoralidade, que a sociedade paga um alto preço social: jovens deliquentes, crianças abandonadas, pais separados, homens e mulheres frustrados, tanta violência, tanto crime, tanta morte…
Essas pobres crianças e jovens desorientados, que vivem pelas ruas, perdendo-se nas drogas, no crime, na violência, na homossexualidade e nas bebidas, etc., apenas estão buscando com isso um pouco de calor humano, afeto, que deveriam ter recebido em suas famílias, e não receberam.
O Catecismo diz que a família “é a sociedade natural onde o homem e a mulher são chamados ao dom de si no amor e no dom da vida. A família é a comunidade na qual, desde a infância, se podem assimilar os valores morais, em que se pode começar a honrar a Deus e a usar corretamente a liberdade. A vida em família é iniciação para a vida em sociedade”  (nº 2207).
“É no seio da família que os pais são para os filhos, pela palavra e pelo exemplo… os primeiros mestres da fé”, ensina a Igreja (LG, 11). “É na família que se exerce de modo privilegiado o sacerdócio batismal do pai de família, da mãe, dos filhos, de todos os membros da família, na recepção dos sacramentos, na oração e na ação de graças, no testemunho de uma vida santa, na abnegação e na caridade ativa. O lar é assim a primeira escola de vida cristã e uma escola de enriquecimento humano. É ai que se aprende a fadiga e a alegria do trabalho, o amor fraterno, o perdão generoso e mesmo reiterado, e sobretudo o culto divino pela oração e oferenda de sua vida” (Cat. § 1657).
Essas palavras do Catecismo mostram que o lar é a escola das virtudes humanas; logo, lugar de santificação. Para os pais, a vida conjugal é uma oportunidade riquíssima de santificação, na medida em que, a todo instante, precisam lutar contra o próprio egoísmo, soberba, orgulho, desejo de dominação, etc., para se tornar, com o outro, aquilo que é o sentido do matrimônio: “uma só carne”, uma só vida, sem divisões, mentiras, fingimentos, tapeações, birras, azedumes, mau-humor, reclamações, lamúrias, etc.
A luta diária e constante para ser “exemplo para os filhos”, para manter a fidelidade ao outro, para “vencer-se a si mesmo”, a fim de se construir um lar maduro e santo, faz com que caminhemos para a na nossa santificação. O amor do casal é o sinal e o símbolo do amor de Deus à humanidade, e amor de Cristo à Igreja (cf. Ef 5,21s). Ao se por a caminho para conquistar “esse amor”, o casal se santifica.
A busca da unidade profunda como a do “café com o leite”, o desafio de “construir o outro”, alguém querido, a solução conjunta de todos os problemas, o diálogo frequente e amoroso, o respeito mútuo, enfim, a busca da maturidade essencial para a vida a dois, tudo isso santifica o casal. Além do mais, o conhecimento profundo do “mistério do outro”, a luta para aceitá-lo e entendê-lo, para ajudá-lo a crescer, a paciência, o perdão dado, as renúncias de cada dia, a atenção com  o outro para vencer a frieza e a monotonia, o cuidado do lar, da roupa, da comida, do estudo dos filhos, etc., tudo isso concorre para que os pais se santifiquem mutuamente. Deus quis assim, e fez do casamento uma grande escola de santidade. O casal que quiser atingir a perfeição matrimonial, como é o desígnio de Deus, naturalmente chegará à santidade. A casa é para o casal e os filhos, o que o mosteiro é para o monge.
A luta que travamos conosco mesmo para aceitar e suportar os defeitos do outro, a cada dia, com paciência e compreensão, faz-nos santos. As cruzes do lar, o desemprego, as doenças, as dúvidas, os vícios do cônjuge, a dificuldade com os parentes, a preocupação com os problemas dos filhos, etc., tudo isso, torna-se no casamento como que o “fogo” que queima as ervas daninhas de nossa alma e nos encaminha para a perfeição cristã.
É preciso saber aproveitar toda e qualquer dificuldade do lar para fazer dela um degrau de crescimento na fé e no amor a Deus, pois “tudo concorre para o bem dos que amam a Deus” (Rom 8,28).
Por outro lado, a enorme tarefa que Deus confia aos pais, na geração e na educação dos filhos, o exercício dessa missão sagrada coopera para a santificação deles. O Catecismo diz que:
“O papel dos pais na educação dos filhos é tão importante que é quase impossível substituí-los”. E que:“O direito e o dever de educação são primordiais e inalienáveis para os pais” (nº 2221; FC 36). Para cumprir com responsabilidade essa sagrada missão, os pais devem criar um lar tranquilo para os filhos, onde se cultive a ternura, o perdão, o respeito, a fidelidade e o serviço desinteressado. Aí deve ser cultivado a abnegação, o reto juízo, o domínio de si, para que haja verdadeira liberdade.
Diz o livro do Eclesiástico: “Aquele que ama o filho castiga-o com frequência; aquele que educa o seu fiho terá motivo de satisfação” (Eclo 30, 1-2). Esse “castiga-o com frequência” deve ser entendido como “corrige-o com frequência”. Mas São Paulo lembra que os pais não podem humilhar e magoar os filhos ao corrigí-los: “E vós, pais, não deis a vossos filhos motivo de revolta contra vós, mas criai-os na disciplina e na correção do Senhor” (Ef 6,4).
É claro que esse equilíbrio e dedicação que é exigido dos pais para educar bem os filhos, é motivo também de crescimento para os próprios pais. E é bom lembrar aos pais que saber reconhecer diante dos filhos, os próprios defeitos, não é humilhação e sim coerência, e isto facilita guiá-los e corrigi-los, como ensina o próprio Catecismo (nº 2223).
“Os filhos, diz o Catecismo, por sua vez, contribuem para o crescimento de seus pais em santidade. Todos e cada um se darão generosamente e sem se cansarem o perdão mútuo exigido pelas ofensas, as rixas, as injustiças e os abandonos. Sugere-o a mútua afeição. Exige-o a caridade de Cristo” (§ 2227; Mt 18,21-22).
Para os filhos, o dever de honrar os pais, estabelece um verdadeiro programa de santificação. Lembra a Palavra de Deus aos filhos: “Honra teu pai de todo o coração e não esqueças as dores de tua mãe. Lembra-te que fostes gerado por eles. O que lhes darás pelo que te deram?  (Eclo 7,27-28).
Um filho sábio escuta a disciplina do pai e o zombador não escuta a reprimenda” (Pr 13,1). “Filhos, obedecei em tudo a vossos pais, pois isso é agradável ao Senhor” (Cl 3,20; Ef 6,1).
“Aquele que respeita o pai obtém o perdão dos pecados, o que honra a sua mãe é como quem ajunta um tesouro. Aquele que respeita o pai encontrará alegria nos filhos e no dia de sua oração será atendido” (Eclo 3,2-6).  “Honra teu pai por teus atos, tuas palavras, tua paciência, a fim de que ele te dê a sua benção, e que esta permaneça em ti até o último dia da tua vida.”
A benção paterna fortalece a casa de seus filhos; a maldição de uma mãe a arrasa até os alicerces” (9-11). Um filho abençoado pelos pais é um filho abençoado pelo próprio Deus, porque “a paternidade humana tem a sua fonte na paternidade divina” (CIC nº 2214).  Vemos assim que Deus estabeleceu a família como o meio privilegiado para a nossa salvação e santificação, tanto dos pais quanto dos filhos.


Paixão x amor: qual a diferença?



Aquele frio na barriga, pensar na pessoa o dia inteiro, não ver a hora de encontrar o(a) amado(a). O beijo tem sabor especial, abraçar a pessoa é como se o tempo parasse… Nossa! Quem namorou sabe o que é isso: Amor!

Aquela vontade de sair com os amigos… Puxa, como ela(e) fica chata(o) de vez em quando. Nossa, parece que está com TPM! Algumas atitudes dela(e) me irritam. Meu Deus! Parece que ela(e) não vai mudar nunca… Quem já namorou sabe o que é isso: Amor?

É, a diferença entre amor e paixão vem com o tempo. No início tudo é uma beleza, todos os sentimentos de paixão florescem – o que é natural. Mas depois chega a oportunidade de saber se o que sinto pela pessoa é verdadeiramente o amor, sentimento que se põe em evidência quando diminui a paixão.

“As pessoas acham que amor é sentimento. A primeira coisa chocante no namoro é justamente quando elas descobrem que o sentimento evapora”, afirma padre Paulo Ricardo.

Muitos casais vivem momentos de crise no namoro porque aquele sentimento do início não existe mais, mas é justamente aí que entra o amor, porque o relacionamento vai amadurecendo.

A nossa sociedade, por intermédio da mídia, foi sendo formada para associar o amor a algum tipo de prazer, e é justamente neste ponto que muitos casais decidem terminar o namoro com a desculpa de que não existe mais amor. No fundo, as pessoas querem viver de sentimento.

“Você vê aquele jovem casal que acabou se se conhecer na balada. Eles estão com os sentimentos à flor da pele, com os hormônios a todo vapor. Mas daí você vê aquele casal de velhinhos de 50 anos de casados. Eu pergunto: ‘Quem tem mais sentimento?’ Certamente o casal que acabou de se conhecer. Mas lhe faço outra pergunta: ‘Quem tem mais amor?’ É o casal que está casado há 50 anos. Tanto é verdade que, muitos destes casais casados há muito tempo, quando um deles morre o outro morre logo em seguida. Por quê? Porque o amor era tão forte que um já não conseguia viver sem o outro. Certamente com 50 anos de casados, muitos deles já não sentiam a ‘paixão’ um pelo o outro, mas existia o mais importante: o amor”,  declara padre Paulo Ricardo.

Portanto, nós jovens precisamos aprender a ir além dos nossos sentimentos, amadurecer nos nossos relacionamentos como namorados, porque muitos casamentos estão se desfazendo não por falta de amor, mas por excesso de paixão, nos quais as pessoas querem só o prazer pelo prazer.







O que faz diferença não é “O QUE” temos na vida, mas “QUEM” nós temos


È triste a realidade de um jovem que se prende desde sedo a seus bens materiais. Um jovem que acha que os amigos só aparecerão se usar essa ou aquela roupa, se curtir esse ou aquele som.

O que nos falta é acreditarmos que NUNCA estamos a sós! Nosso melhor amigo sempre está ao nosso lado, divide o peso de nossos problemas conosco, mas dificilmente dividimos com Ele a leveza de nossas alegrias.

Se um dia você tiver que emprestar algo, empreste! Se alguém quebrar esse algo, por mais valioso que seja, aceite sua humildade e perdoe a pessoa, pois uma coisa posso te dizer com toda a certeza do mundo. “Mais vale o sorriso de um amigo perdoado do que um violão inteiro sem ter com quem tocar ao lado”.

Meus irmãos, como todo Cristão estou travando diariamente o “Bom Combate” e ontem tive que reaprender como ver a vitória na aparente derrota. Se você consegue orar, e dizer “Jesus eu te amo!” você venceu, por mais que tenha caído uma, duas, cinqüenta vezes, com essa frase de quatro palavrinhas VOCÊ VENCEU.



"Eu escrevi, jovens, porque sois fortes, e a palavra de Deus permanece em vós, e já vencestes o Maligno." (I João 2:14)




Castidade,Pobreza e Obediência



Prometer viver a castidade, significa imediatamente amar ao Pai e a todos os homens com o mesmo amor total, divino e humano de Cristo, que cria uma fraternidade universal com um tipo de relação interpessoal que continuará sendo válidas na outra vida, a fim de transcender toda mediação fundada nos sentidos (prazer pelo prazer).

A castidade vem de encontro a concupiscência do prazer, vem dar ao prazer o seu verdadeiro significado.

Celibatário (virgindade consagrada) - vive essa dimensão acrescida da renúncia ao matrimônio e ao exercício da sexualidade como conseqüência lógica desse amor imediato, total para viver inteiramente para o Reino. Evitando toda polarização e toda imediação no amor.

A castidade esponsal da Igreja na vida consagrada

A igreja por si é realmente virgem como Cristo, porque é esposa de Cristo: "Desposei-vos a um único Esposo para vos apresentar a Cristo como virgem pura. (2 Cor. 11,2s)

Quando Jesus comunica seu Espírito à Igreja, comunica-lhe a sua virgindade. Virgindade cristã não significa, então, renúncia ao matrimônio, mas acolhida total do Espírito de Cristo; a renúncia ao matrimônio pode ser um modo significativo de manifestar esta acolhida do Espírito.

Santo Agostinho diz: "Criou a Igreja virgem e por isso é virgem. Na carne há somente virgens consagradas; na fé todos devem ser virgens, homens e mulheres... Virgem é, pois, a Igreja: é virgem, seja virgem!"

Portanto, precisamos cada vez mais entregar nossos sentidos a Deus: o nosso olhar, o nosso gosto, o nosso cheiro, o nosso ouvir, o nosso falar, o nosso tocar, o nosso sentir.



A pobreza: O Pai é a nossa única riqueza

A pobreza de Cristo foi, em face ao Pai, confiança absoluta, que ele expressou numa renúncia explícita a todo outro apoio, para afirmar decididamente que se apoiava somente nele, e proclamar a relatividade de todo o criado diante do valor absoluto do Reino.

Em face aos homens foi disponibilidade de tudo o que era e de tudo o que tinha. Em face a si mesmo, a pobreza foi parte integrante de seu ministério de aniquilamento. Em face dos bens desse mundo liberdade soberana.

Prometer viver na pobreza (fraternidade, unidade), pobreza quer dizer, empenhar-se em confiar infinitamente em Deus, apoiando-se unicamente nele, viver decididamente, para os outros, compartilhando tudo o que se é e tudo o que se tem com os irmãos, não pertencer-se para pertencer a todos, e manter diante de todas as coisas plena liberdade e independência ativa. É portanto, um meio de se vencer a concupiscência do possuir, que atinge uma dimensão muito maior do que somente ajuntar tesouros na terra



A Obediência: O desafio da liberdade na obediência

A obediência em Cristo foi submissão filial plena e amorosa ao querer do Pai. Foi estado e atitude de perfeita docilidade, ativa e responsável à vontade do Pai. Foi saber-se centro do plano salvífico de Deus, aceitá-lo incondicionalmente com todas as suas consequências.

Fazer voto de obediência significa comprometer-se diante de Deus e diante dos irmãos a viver em atitude de total docilidade à vontade amorosa do Pai e a acolhê-la filialmente como critério único de vida, sejam quais forem as mediações humanas ou sinais que manifestam essa vontade.

Se estivermos atentos a vontade de Deus não esperaremos que as nossas autoridades a revele para nós e nem resistiremos aos absurdos ou mesmo aquilo que para nós é muito difícil. Nós mesmos exporemos a vontade de Deus para elas e as ajudaremos a descobrir conosco o que Deus tem para nós. Contribuiremos positivamente no caminho de Deus para as nossas vidas.

Para vivermos a obediência não podemos assumir uma atitude passiva ou muito menos uma atitude de nos esconder da vontade de Deus e nos colocarmos indispostos, resistentes, a ela, mas uma atitude de descoberta, uma disposição interior, uma determinação de descoberta para vivê-la. Como nós não queremos vivê-la nem queremos descobri-la. O conhecimento da vontade de Deus nos leva a responsabilidade e não temos como nos abster de cumpri-la.



Simplesmente barro nas mãos do Oleiro
Não existe arte sem amor, quadro sem pintor, vaso sem oleiro…



A Sagrada Escritura utiliza-se de inúmeras figuras e expressões para revelar Deus e o Seu modo peculiar de agir na história. Entre estas descrições quero destacar a imagem do oleiro, fortemente acentuada pelo profeta Jeremias (cf. Jer 18,1-6ss).
Nestes versículos apresentados pelo profeta, a manifestação divina é expressa com a figura de um oleiro, que molda como a argila aqueles que Lhe pertencem. Esta descrição é rica em expressão e em significado, pois desvela a ação e o amor do Eterno, possibilitando-nos compreender o "singelo jeito" com que Ele nos acompanha e faz crescer.

Este Oleiro sabe, melhor que nós mesmos, do que realmente precisamos e o que nos fará essencialmente felizes. Sua ternura nos convida ao abandono total aos Seus cuidados, os quais sempre nos proporcionarão o melhor, mesmo quando não formos capazes de compreender Seu distinto modo de agir. Por isso, para caminhar no território da fé, a confiança se estabelece como realidade mais necessária do que a compreensão… Uma confiança "filial" de alguém que se descobre amado e cuidado e que, por isso, crê que o Oleiro está sempre agindo e realizando o que é melhor para seus dias.

De fato, este Oleiro enxerga além. Ele contempla as surpresas que ao futuro pertencem e, na Sua Divina Providência, cuida de nós: ora retirando de nosso caminho o que nos é prejudicial, ora acrescentado algo àquilo que nos falta. Isso nos desautoriza a pretensão de querer condicionar a ação de Deus à nossa limitada maneira de enxergar e compreender as coisas, antes, nos confessa que é preciso confiar naquilo que Ele faz e em Seu modo particular de fazê-lo.

A confiança nos abre à percepção de que Deus sabe retirar excessos e acrescentar às ausências no momento certo. Sabe o que realmente nos fará crescer e amadurecer (e crescer às vezes dói). E maduro é quem sabe perder sem apegos, para que assim possa ser despojado do que não lhe é essencial e acrescentado no que realmente lhe falta.

Não existe arte sem amor, quadro sem pintor, vaso sem oleiro… Obra mais bela é a que se constrói pelas mãos do artista, do Oleiro. Só Ele traz em Seu coração os belos sonhos que poderão retirar um rude barro de sua "não existência".

O barro não pode se moldar a si mesmo. Para vir a ser, ele precisa confiar-se aos sonhos e à sensibilidade do oleiro, pois as mãos dele comportam a medida certa, entre firmeza e delicadeza, para trabalhar esta substância abstrata transformando-a em uma linda obra de arte.

Da mesma forma, não existe parto sem dor, maturidade sem perdas, felicidade sem se  ater ao essencial. É necessário confiar n’Aquele que nos molda, e mesmo quando a firmeza de Suas mãos parecer pesar demais sobre nós, confiemo-nos à Sua iniciativa e criatividade, que sempre realizará em nós o que é melhor.

A felicidade faz morada em nosso coração à medida que nos assumimos como aquilo que realmente somos: “Barro, apenas barro, nas mãos do Oleiro!”


Adriano Zandoná é diácono e missionário da Comunidade Canção Nova. Formado em Filosofia e Teologia.
http://blog.cancaonova.com/adrianozandona




As características do amor
O amor sobrepõe todas as paixões


Quando olhamos a manifestação do Espírito Santo, como o uso dos dons, tocamos na maravilha de Deus, que concede a Seu povo muitas bênçãos. Muitas vezes, nos questionamos: "Será que a ação de Deus se manifesta assim em mim?" Observe: todos esses dons são importantes, porém, a Palavra de Deus nos indica que o amor é o maior de todos os dons. Podemos até fazer bastante barulho, como um sino, mas é o amor que dá consistência à alma.
Você já sentiu um grande vazio em sua alma? Esse vazio se dá pela falta do Deus-Amor em nossa vida, se não amamos e não nos deixarmos amar sempre nos sentiremos vazios. Todas as nossas atitudes precisam ser por amor. Existem muitas pessoas que vivem correndo e movendo mundos e fundos, fazem muito, mas não amam nem se deixam amar.
Na vida o que realmente faz diferença são as pessoas que estão ao nosso lado; os idosos sabem bem disso. É desesperador quando alguém afasta de si as pessoas que o amam. E você pode se perguntar: "Não é a caridade que salva?" Podemos até fazer boas obras com a intenção de prejudicar alguém, com fins políticos, em nosso nome, para nos vangloriarmos, para sermos vistos pelas pessoas. Se o fazemos com essa mentalidade não há amor.
Aquilo que fazemos sem amor pouco é aproveitado, não nos sacia. Assim como nosso corpo tem necessidade de se alimentar, o mesmo ocorre com nossa alma, ela precisa de alimento. Só o amor nos torna imunes à maldade que tenta entrar em nossa alma. O amor não é um sentimento, não é uma paixão, estas são coisas distintas. Quando nós amamos alguém estamos a favor dessa pessoa, pois o amor pensa no outro, ao passo que a paixão pensa em si mesma. O amor alimenta a alma; a paixão a consome.
O amor traz em si características que são próprias dele. Ser paciente, esperar o processo do outro, a lentidão do outro. Se não amamos não temos paciência, pois o processo do outro nos faz sofrer. Quem ama tem paciência e espera pelo outro.
Para curarmos a maldade que sai da nossa boca é preciso pensar bem dos outros, querer o bem deles e lhes fazer o bem, como nos ensina Dom Bosco. O amor não tem inveja, quando você se perceber tendo inveja de alguém se pergunte: "Por que eu não amo essa pessoa?" O amor expulsa a inveja, ele não é presunçoso nem se enche de orgulho (cf. I Cor 13, 1-13).
Tudo o que não é amor em nossa vida é pecado. Quando lançamos raízes no amor até rezamos pelos nossos inimigos. Quando dizemos que Deus é amor e que Ele nos ama, estamos dizendo que Ele tem paciência conosco, que Ele não está interessado em nossos bens, porque o Senhor nos ama e não tem raiva de nós, nem se alegra com os nossos sofrimentos. Ele se alegra quando nós nos encontramos com a verdade.

Meu Deus acredita em mim, mesmo quando eu não acredito em mim mesmo. Meu Deus me espera e de mim espera tudo de bom. O amor jamais acabará. O amor sobrepõe todas as paixões.




Márcio Mendes
marciomendes@cancaonova.com
Missionário da Comunidade Canção Nova, formado em teologia, autor dos livros "Quando só Deus é a resposta" e "Vencendo aflições, alcançando milagres".





Oração de renúncia



A renúncia atinge o mal pela raiz e é o primeiro golpe fatal que lhe damos



Já ouvi várias vezes as frases: "Este é o meu jeito de ser cristão" ou "Este é o meu jeito de ser católico". Sinceramente acho muito estranho, porque só há um jeito de ser cristão: é o jeito de Jesus.

Não se pode acender uma vela a Deus e outra ao diabo e crer que isso venha a ser coisa boa. Se creio na fé católica tenho de me ajustar a ela verdadeiramente. Há muita gente que pensa que todo o lugar onde se fala de Deus é bom, e por si só é válida, ali, a nossa participação. E uma pena que muitos pensem que todo lugar onde se reza o Pai-Nosso e a Ave-Maria é católico e ignorem preceitos como: "Ninguém no teu meio faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha; ou se dê a encantamentos, aos augúrios, à adivinhação, à magia, ao feiticismo, ao espiritismo, aos sortilégios, à evocação dos mortos, porque o Senhor abomina todos os que fazem tais coisas. Por causa dessas abominações é que o Senhor, teu Deus, desaloja da tua frente essas gentes. Entrega-te inteiramente ao Senhor, teu Deus" (Dt 18,10-13).

Deus proíbe essas coisas aos Seus filhos e lhes mostra a sua prática não fica sem conseqüências. Há, no entanto, muitas pessoas que participam dessas coisas por não saberem que Deus as proibia, outras que foram para lá obrigadas por seus pais, parentes, amigos ou conhecidos que pensavam estar a fazer boa coisa; há também os que sabiam que estavam pecando ao ir e foram mesmo assim, só que agora estão arrependidos.

Se para ir a esses lugares usamos nossa liberdade, inteligência e vontade, da mesma forma precisamos usá-las para nos desligar do compromisso que com elas assumimos.

Temos de ter a coragem de proclamar livre e conscientemente, em alto e bom som, que renunciamos a elas e aos "benefícios" que por meio delas viermos a usufruir.

A "renúncia" atinge o mal pela raiz e é o primeiro golpe fatal que lhe damos. Quando renunciamos (com a boca e o coração), o mal perde o domínio que tinha sobre nós e retomamos nossa vida para entregá-la inteiramente ao Senhor, nosso Deus. O segundo e definitivo golpe é a "confissão" desses pecados ao sacerdote para recebermos o sacramento da Reconciliação.

É muito bom que ao fazermos nossa oração de renúncia esteja alguém a rezar conosco.

"Senhor Jesus, confesso que pequei quando busquei a solução para minha vida fora de Ti, Perdoa-me, Senhor, pela minha ignorância, pela dureza de meu coração e por todas as vezes que eu quis passar à Tua frente, buscando respostas imediatas por meio de práticas proibidas. Meu Deus, não foi ao Senhor que enganei mas a mim mesmo permitindo-me acreditar no erro e bebendo suas conseqüências."

Venho recorrer ao Teu amor misericordioso...Perdoa-me, Jesus, a aceitar esta oração eu faço de todo o meu coração, com toda a minha inteligência e com todas as minhas forças.

Virgem Maria, mãe de Jesus e minha mãe, vencedora das batalhadas de Deus, esmagadora da cabeça da serpente, a senhora que avança como um exército, revestida da glória e do poder que Deus lhe concedeu, seja nesta hora para mim intercessora, amparo, refúgio contra todo mal.

Senhor Jesus Cristo, pela Tua Santa Cruz, pelas Tuas chagas, pelo Teu preciosíssimo sangue, pelo Teu santo e temível nome renuncio de todo o coração...

... a Satanás, a todas as suas seduções e ciladas, às suas mentiras, aos seus facilitismos.

...a todo vício de pecado, a toda escravidão pelos meus sentidos, a todo o mal contra mim e contra o meu próximo.

...a todo espírito de confusão, de distúrbio nos meus sentimentos, de agressividade, de ódio e rancor, de vingança e de ira, de ressentimento e mágoa, de tristeza e de prostração, de rejeição por parte das pessoas, de descrença em Deus e no seu amor, de decepção e desespero.

...a todo espírito de morte e desejo de morte dos outros, de autoflagelação e suicídio, de angústia e de esgotamento, de cansaço e torpor.

...a todo espírito de maldição, de blasfêmia e de xingamento, de fofoca e mentiras, de ironia e deboxe, de palavrões.

...a todo espírito de promiscuidade, de prostituição e adultério, de desregramento sexual, de práticas homossexuais, de vício de masturbação e de excitação por pornografia.

...a todo espírito de seitas secretas, de idolatria, de falsas religiões, de magias e esoterismo.

... de bruxaria, de feiticismo e espiritismo, de agouros e encantamentos, de adivinhação e sortilégios, de evocação dos mortos.

...a todos os espíritos que foram invocados sobre mim ou sobre minha família.

Senhor Jesus, peço que quebres todo julgo hereditário que pesa sobre mim, todas as maldições, taras, tendências para o mal... Que tudo o que me foi comunicado pelos meus antepassados seja tocado pelo Teu sangue redentor.

Destrói, Senhor, todos os efeitos de consagrações, pactos, batismos e outros sinais de consagração feitos da minha pessoa no espiritismo, na magia ou em qualquer seita. Renuncio a todos os benefícios ou falsos benefícios obtidos por esses meios.

Senhor, não quero ter parte com nada que Te ofenda. Quero ser Teu, entrego-me inteiramente a Ti e confesso que Jesus é o meu Senhor.

“Revista-me com Teu sangue, Senhor! Que ele seja uma barreira intransponível entre mim e o inimigo. Que o inimigo Te seja submetido, Jesus, e prostre-se aos pés da Tua cruz para que o Senhor, diponhas dele.”

Abra agora a sua Bíblia e veja que coisa maravilhosa é o Salmo 5. Reze com ele.

Algumas citações pra aprender com a Sagrada Escritura:

Ef 6,10-18; Mt 6,24; At 2,36; 1Ped 5,8-9






(Artigo extraído do livro "Quando só Deus é a resposta" de Márcio Mendes)

Márcio Mendes
marciomendes@cancaonova.com
Missionário da Comunidade Canção Nova, formado em teologia, autor dos livros "Quando só Deus é a resposta" e "Vencendo aflições, alcançando milagres".